Após o espetáculo, centenas de pessoas na plateia começam a bater palmas aleatoriamente num ruído caótico. Em poucos segundos as mãos se juntam por si só em uma única pulsação bem nítida – mas não pré-definida por alguém. Tal é o milagre da auto-organização, processo que ocorre em diversos fenômenos, como na revoada de pássaros em migração (swarming) e no próprio funcionamento do corpo humano. Agora imagine alguém que não confie no caos e tente orquestrar a sincronização impondo um andamento antes do ritmo emergente: “Pessoal, batam palma igual eu, assim ó, por favor”.
Vivemos uma crise de interesse
“It’s not a matter of attention span, but of interest. Are we losing interest in things that matter? Are we losing interest in everyday life?”
Trecho de um diálogo do belíssimo filme COLUMBUS
Acho que estamos vivendo uma crise de INTERESSE. Uma epidemia de déficit de interesse: interesse pelo potencial da mente, pela realidade, pela vida dos outros, pelas tradições milenares de sabedoria, pelo cotidiano… É como se precisássemos o tempo todo dizer “Presta atenção, isso é SUPER importante”.
Filmes sobre relacionamentos
Durante alguns cursos sobre relações (presenciais e também online no olugar.org), acabei listando alguns filmes que podem nos ajudar a soltar o romantismo e contemplar nossos padrões aflitivos que causam muito sofrimento.
Estamos aqui para sempre
Logo no começo de Infinite life, Robert Thurman dá a mesma resposta do lama Alan Wallace ao suposto ceticismo corajoso de quem acha que acreditar em vidas futuras é uma saída fácil, consoladora, uma mera crença para não lidarmos com a dura realidade de que tudo acaba na hora da morte.
Não há nada lá fora
Ao sair de casa não saímos de nossa mente: a cidade nasce inseparável de nosso mundo interno
Desde que li As cidades invisíveis (aqui um longo ensaio que fiz nesse estudo), obra-prima do escritor italiano Italo Calvino, tenho certeza de que nós não andamos em calçadas, linhas de metrô, casas e restaurantes. Percorremos mundos sutis.
Áudio da palestra “Compaixão como princípio organizador do viver e do morrer”
Foi uma alegria encontrar cerca de 700 pessoas interessadas ou já trabalhando com cuidados paliativos no Centro de Convenções Rebouças do HC-FMUSP, a convite da corajosa Dra Claudia Inhaia. E uma honra estar ao lado de grandes seres como Dra. Maria Helena Pereira Franco e Dra. Ana Claudia Quintana Arantes.
Participação no podcast “Coemergência”
É uma honra ter sido convidado para a estreia do “Coemergência”, podcast de Daniel Cunha, Marcus Telles, Manuela Laranjeira, Alisson Granja e Kalyne Vieira. Falei sobre autocentramento e compaixão, propósito e sentido da vida, movimento mindfulness, possibilidade de iluminação, vidas passadas e futuras, relação com mestres, budismo, ciência contemplativa, dignidade humana e alguns outros pontos.
Você não precisa ser alguém na vida
“When I stop trying to become something, I discover that I am everything.”
David Loy
Sou preguiçoso. Fico sempre buscando a saída mais fácil. Toda vez que comparo o caminho do sucesso pessoal (tentar ser uma pessoa com uma boa história) com o caminho da iluminação (reconhecer a natureza livre de qualquer pessoalidade para beneficiar incontáveis seres), fica nítido o quanto a liberação é mais viável. A possibilidade da liberação é uma boa notícia para perdedores, fracassados, deprimidos, ansiosos. E somos todos.
Para soltar nossa história pessoal
Algumas contemplações sobre como nos fixamos a narrativas que criam a sensação de termos um passado para carregar
Quando uma pessoa fala “Eu ainda estou muito presa ao passado”, é nesse exato momento que ela está se prendendo ao passado.