Antes da pandemia de Covid-19 chegar ao Brasil, fui entrevistado para o blog da Sputnik.Works (criada a partir da Perestroika). Como a prática da paciência não se restringe ao mundo corporativo, talvez algo do que indiquei possa ser útil para você em nosso momento atual.
Fiquei super feliz pelo convite, respondi longamente e a querida jornalista Juliana Lima foi muito profissional e generosa em sua edição. Porém, claro, como o texto depois passa por outros filtros e interesses, acabaram escolhendo não usar algumas respostas, além do trecho final, onde explicitei a maquiagem que visualizo como o cerne do sofrimento na relação entre bem-estar humano e ambiente corporativo. Portanto, resolvi publicar também aqui, na íntegra.
Ainda que as melhores empresas perguntem “Como posso cuidar melhor das pessoas?”, é como se não quisessem a resposta inteira. Pois a resposta inteira coloca na mesa não só a empresa como um todo, mas toda uma cultura — inseparável de leis, contratos, algoritmos e hábitos coletivos — que podemos chamar de capitalista ou materialista ou, se quiser algo mais preciso: a inteligência que prioriza a acumulação do que Lama Padma Samten chama de “riquezas compráveis”, não a apreciação da vida, das relações e das qualidades da mente. Tal visão causa o que talvez sejam nossos dois maiores problemas: a destruição ambiental e a desigualdade social. Não é pouca coisa o que está em jogo.
Read more “Entrevista sobre paciência no trabalho”