Francisco Varela sobre a fragilidade do eu

A life of wisdom is to be constantly engaged in that letting go, and letting the virtuality or the fragility of the self manifest itself.

Francisco Varela

No fim de semana passado, aconteceu o Varela International Symposium, com organização do Upaya Zen Center e do Mind&Life Europe, dessa vez sobre “Uncertainty and emergence in self and society”. É um encontro de mentes brilhantes: Roshi Joan Halifax, Evan Thompson, John Dunne, Richard Davidson… Em um dos encontros ouvi essa frase maravilhosa do Francisco Varela e logo fui atrás do trecho maior. Segue uma tradução não oficial:

Read more “Francisco Varela sobre a fragilidade do eu”

Entrevista sobre paciência no trabalho

Antes da pandemia de Covid-19 chegar ao Brasil, fui entrevistado para o blog da Sputnik.Works (criada a partir da Perestroika). Como a prática da paciência não se restringe ao mundo corporativo, talvez algo do que indiquei possa ser útil para você em nosso momento atual.

Fiquei super feliz pelo convite, respondi longamente e a querida jornalista Juliana Lima foi muito profissional e generosa em sua edição. Porém, claro, como o texto depois passa por outros filtros e interesses, acabaram escolhendo não usar algumas respostas, além do trecho final, onde explicitei a maquiagem que visualizo como o cerne do sofrimento na relação entre bem-estar humano e ambiente corporativo. Portanto, resolvi publicar também aqui, na íntegra.

Ainda que as melhores empresas perguntem “Como posso cuidar melhor das pessoas?”, é como se não quisessem a resposta inteira. Pois a resposta inteira coloca na mesa não só a empresa como um todo, mas toda uma cultura — inseparável de leis, contratos, algoritmos e hábitos coletivos — que podemos chamar de capitalista ou materialista ou, se quiser algo mais preciso: a inteligência que prioriza a acumulação do que Lama Padma Samten chama de “riquezas compráveis”, não a apreciação da vida, das relações e das qualidades da mente. Tal visão causa o que talvez sejam nossos dois maiores problemas: a destruição ambiental e a desigualdade social. Não é pouca coisa o que está em jogo.

Read more “Entrevista sobre paciência no trabalho”

Refúgio: ensinamentos budistas para atravessar a pandemia de Covid-19

Como todos os ensinamentos budistas não são uma “doutrina” ou uma filosofia sobre as coisas, mas um banho de realidade, é natural que agora eles façam ainda mais sentido e nos ajudem ainda mais. Talvez por isso os mestres estão aproveitando esse momento para nos lembrar dos pontos essenciais das práticas de estabilidade, sabedoria e compaixão.

Fiz uma compilação despretensiosa de tudo que chegou até mim nos últimos dias, com o desejo de que apenas alguns segundos desses ensinamentos e práticas possam destravar sua respiração, fortalecer sua mente e ampliar seu coração.

Quando tudo desaba, esse é o momento perfeito para reconhecermos o verdadeiro refúgio: nossa consciência livre, capaz de atravessar qualquer sofrimento, estável em meio ao caos, fonte de toda a bondade e de todas as ações criativas que podemos manifestar para apoiarmos uns aos outros.

Read more “Refúgio: ensinamentos budistas para atravessar a pandemia de Covid-19”

Quase

Trocamos a experiência do desconforto por uma sensação de “quase lá”: quase feliz, quase no ritmo…

Recentemente rodou pela internet um vídeo do comediante Louis C. K.* sobre o uso de smartphones em nossa cultura da distração, sobre como estamos perdendo a capacidade de ficar parados, sozinhos, sem fugir do que quer que esteja surgindo em nosso mundo interno. Seu desfecho:

Leia o texto

Rio não se faz

Os processos mais poderosos da vida não são produzidos pelo esforço de uma pessoa

Pode observar: as experiências mais deliciosas surgem de processos inescrutáveis. Prazer sexual, sentido no trabalho, gravidez, paixão, alegria, quietude contemplativa… Somos arrebatados por uma corrente que vem sei lá de onde, não conseguimos criar nada disso sozinhos.

Leia o texto

Quites para sempre

Em vez de ceder, podemos fazer por alegria; em vez de exigir, podemos liberar o outro de qualquer dívida

Recentemente ofereci o curso “Resposta padrão para qualquer problema de relacionamento” em São Paulo, durante cinco encontros semanais. Longe de comportamentos ideais e psicologização das histórias, trabalhamos internamente com práticas de equilíbrio, sabedoria e compaixão. No entanto, somos apressados, queremos saber logo o que fazer. Aproveito então para descrever duas atitudes desnecessárias com o desejo de que possamos abandoná-las o quanto antes.

Leia o texto

O dia seguinte

Acho que um dos principais pontos da conversa com a Jout Jout (pelo que vi nos comentários) foi o trecho sobre a “pesquisa do dia seguinte” e também sobre o fato de que a vida gira, então é melhor não se matar pode surgir um email mudando tudo no dia seguinte. É só dar play que começa bem nesse trecho, sobre a importância de vermos uma saída:

Read more “O dia seguinte”